A Proteção das Abelhas Nativas para a Conservação da Mata Atlântica

A IMPORTÂNCIA DA MELIPONICULTURA PARA O MEIO AMBIENTE


Revisão Bibliográfica
Luís Fernando Gonçalves e Rita Mello Magalhães

Introdução
As abelhas sem ferrão, ou meliponíneos, são as nativas do Brasil, onde encontramos cerca de 300 espécies. Principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o mel destas abelhas é muito apreciado e seu comércio regional traz um complemento financeiro importante para seus criadores (Venturieri et al., 2003).

As abelhas da tribo Meliponini, são responsáveis, de acordo com o ecossistema, por 40-90% da polinização da flora de fecundação cruzada (Kerr et al., 1996).

Objetivos
Com este trabalho pretendemos indicar porque deve ser promovida a criação de meliponários juntamente com programas de reflorestamento e de restauração ambiental, além do plantio de árvores melíferas e ainda as usadas para a nidificação de abelhas nativas, pois estas são fundamentais para a manutenção das espécies de flora, tanto nativas como de produção agrícola.

Metodologia
A partir de levantamento bibliográfico foram selecionado artigos que corroboram a hipótese levantada por Kerr et al (1994) sobre a importância das abelhas da tribo Apini para a Conservação Ambiental, especialmente para a manutenção de florestas. Foram enfatizados aqueles relacionados à iniciativa da Convenção da Diversidade Biológica por sua relevância internacional.

Resultados e Discussão
Voando de flor em flor para buscar o néctar, matéria prima para o mel, ou o pólen, fonte de proteínas para a sua cria, as abelhas polinizam a flora. Transportam durante o vôo o pólen, gametas masculinos, para estigmas de outras flores da mesma, o receptor do aparelho feminino. Assim em idas e vindas em busca de alimento, as abelhas retribuem às plantas que lhes fornecem alimento, o serviço da fertilização cruzada que resulta em frutos de melhor qualidade e maior número de sementes em uma relação benéfica para as duas partes. Mais de 80% de todas as espécies de plantas com flores e mais de ¾ das culturas agrícolas do mundo dependem de polinizadores.

A Convenção da Diversidade Biológica foi concebida na Rio 92 e implantada a partir de 1993. Em 1995, foi introduzido tema da biodiversidade agrícola. Nesta ocasião, a polinização e a conservação dos solos foram assuntos considerados da maior importância para manutenção da diversidade agrícola. O governo brasileiro, ciente da importância da polinização na sustentabilidade e na manutenção das relações complexas entre a flora e fauna, sugeriu a priorização do estudo de polinizadores de importância agrícola. O valor do serviço da polinização está acima de US$ 65 bilhões por ano.

Na “Iniciativa Brasileira de Polinizadores” espera-se trabalhar desde a conscientização popular sobre a relevância dos serviços ambientais prestados pelos polinizadores na Agricultura e na Conservação Ambiental, e a capacitação de recursos humanos, até o desenvolvimento de pesquisas, para o preenchimento das lacunas entre o conhecimento acadêmico e suas aplicações.

A estratégia proposta vem beneficiar a agricultura e o ambiente. As ações governamentais se iniciaram com a regulamentação da meliponicultura. Deverá ser restringido o uso de inseticidas para permitir a vida dos polinizadores em áreas agrícolas. O ambiente deverá ser conservado e restaurado para facilitar a nidificação dos polinizadores e portanto sua sobrevivência. Somente assim estaremos assegurando a segurança alimentar e melhoria da qualidade de vida das populações humanas.

Bibliografia

IMPERATRIZ-FONSECA, V.L.. A Meliponicultura e a Iniciativa Brasileira de Polinizadores. In: XV Congresso Brasileiro de Apicultura e I Congresso Brasileiro de Meliponicultura. Natal 2004. Disponível em http://eco.ib.usp.br/beelab/conf_melipo_inc_bras_polin.pdf
KERR, W.E. et al. Há salvação para os Meliponinae?. In: ENCONTRO SOBRE ABELHAS, 1994, RIBEIRÃO PRETO. Anais...Ribeirão Preto: USP, 1994. p. 60-65.

KERR, W.E et al. Aspectos pouco mencionados da biodiversidade amazônica. Biodiversidade, pesquisa e desenvolvimento na Amazônia. In: PARCERIAS ESTRATÉGICAS - NÚMERO 12 - SETEMBRO 2001. p. 20-41.

VENTURIERI, G., et al. Avaliação da introdução da criação racional de Melipona fascuculata (Apidae: Meliponina), entre os agricultores familiares de Bragança - PA, Brasil. In: Biota Neotropica, vol 3, (2003) p. 1-7

4 comentários:

  1. Parabéns pelo blog e pela iniciativa,temos que divulgar,cada vez mais à meliponicultura...

    Um abraço.
    Paulo Romero.
    Meliponário Braz.
    João Pessoa,PB.

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  2. Só posso reforçar as palavras do amigo Paulo, parabéns! E vamos que vamos lutar pelo desenvolvimento da meliponicultura!
    Um abraço!
    Francisco Carlos Alencar
    www.meliponarioalencar.blogspot.com

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  3. Encontramos essa abelha Pseudaugochloropsis graminea na nossa varanda,numa orquidea que não é endêmica.Ela é belíssima: um verde azul florescente,maravilhosa.a 10 anos aqui nunca vimos essa espécie,nem os nativos daqui conhecem.Moramos em IGATU -CHAPADA DIAMANTINA-BA

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  4. amei esta texto abelha verde, hoje uma veio me fazer uma visita no meu orquidario que beleza juntou útil agradável minha linda orquideas vão polinizar.

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