ORIGEM BOTÂNICA DA PRÓPOLIS PARA USO FARMACEUTICO

Revisão Bibliográfica por Luís Fernando G. da Silva e Rita M. Magalhães

Introdução
Entende-se por própolis o produto oriundo de resinas, coletadas pelas abelhas, de brotos, flores e exsudatos de plantas, ao qual as abelhas acrescentam secreções salivares, cera e pólen (Brasil, 2001).

A determinação da origem botânica da própolis revela-se de importância fundamental, já que é o principal fator determinante da sua composição e portanto das suas propriedades (Teixeira et all, 2003).

Para que seja possível a certificação da própolis para uso farmacêutico é preciso que avancem os estudos que objetivem a determinação da origem botânica dos seus constituintes, aliados à sua composição química e efeitos farmacológicos e toxicológicos, possibilitando segurança na comercialização e uso do produto.

Objetivos
O Brasil pode ser caracterizado como mero exportador de própolis como matéria-prima Os quase US$ 20 milhões por ano gerados pelas exportações brasileiras se transformam em cerca de US$ 350 milhões por ano gerados pelo mercado de produtos industrializados que contêm própolis, só no Japão.

O principal objetivo deste trabalho é destacar a necessidade de se promoverem pesquisas sobre o tema e apontar direções.

Metodologia
A partir de levantamento bibliográfico foram selecionado artigos que levantam as possibilidades de estudos sobre o tema proposto, destacando oportunidades de pesquisa e desenvolvimento.

No Japão, as pesquisas quanto à atividade antitumoral, antimicrobiana e antioxidante de compostos derivados da própolis brasileira encontram-se avançadas e vêm apresentando resultados promissores.

Recentemente, estudos têm sido conduzidos a fim de se identificar a origem da própolis nos países tropicais, por meio de diferentes técnicas, observação e coleta no campo ou análise dos constituintes químicos e estruturas vegetais, e análises palinológicas.

A observação direta de abelhas em sua coleta de matéria-prima para a produção da própolis é uma técnica segura para obter informações sobre as espécies vegetais utilizadas, porém avaliações da origem botânica da própolis não devem ser dissociadas do conhecimento de possíveis variações dos constituintes químicos em função de aspectos fenológicos das espécies.

Resultado e discussão
Não se pode deixar de considerar o grande potencial do própolis como fornecedor de susbtâncias a serem testadas como biofármacos. Em alguns casos a obtenção de moléculas de interesse farmacológico por síntese artificial torna- se inviável, fazendo-se necessário o uso de técnicas de extração de matrizes naturais, como a da própolis. O uso da matriz é também proveitoso e promissor, considerando-se o possível sinergismo apresentado pelas moléculas que a constituem.

A própolis constitui-se de 50 a 80% de resinas e substâncias balsâmicas, 4,5 a 15% de óleos essenciais e outras substâncias voláteis, 12 a 50% de cera, 4 a 10,5% de substâncias tânicas e menos de 15% de impurezas mecânicas, das quais 5 a 11% são grãos de pólen. Quantidades variáveis de alguns nutrientes, como as vitaminas A, B1, B2, B6, C, E, ácido nicotínico e ácido pantotênico (ASIS, 1991), além de aminoácidos (MARCUCCI et al., 1996), também estão presentes. Tais generalizações podem ser consideradas prematuras, considerando a magnitude da biodiversidade presente e o relativamente pequeno número de amostras já analisadas em especial no caso de abelhas nativas brasileiras.

Em regiões tropicais, em especial no Brasil, o grande desafio é justamente a grande diversidade faunística e florística.

Bibliografia
ASIS, M. Propoleo – El oro purpura de las abejas. 1st reimpress. Ciudad de La Habana: Centro de Información y Documentación Agropecuario , 1991. 256 p.

BRASIL. Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Regulamentos técnicos de identidade e qualidade do mel e produtos apícolas. Brasília: MAPA/DAS/ DIPOA/DNT, 2001. 27 p.

MARCUCCI, M. C., CAMARGO, F. A., LOPES, C. M. A. Identification of amino acids in Brazilian propolis. Zeitschrift fur Naturforsch., Tubingen, v.51c, p. 11- 14, 1996.

SOUZA, R.C.S. et al. VALOR NUTRICIONAL DO MEL E PÓLEN DE ABELHAS SEM FERRÃO DA REGIÃO AMAZÔNICA.. In ACTA AMAZONICA / Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. VOL. 34(2) 2004: 333-336.

TEIXEIRA, E.W. et al. INDICADORES DA ORIGEM BOTÂNICA DA PRÓPOLIS: IMPORTÂNCIA E PERSPECTIVAS. B. Indústr.anim., N. Odessa,v.60, n.1, p.83-106, 2003.

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